ENFIM, FALAR DA VIDA E DA FOTO QUE GANHOU MOVIMENTO

Há algumas semanas venho usando esse espaço para falar sobre assuntos que decorreram da morte de alguém. Paulo Gustavo, MC Kevin e Léo Maia foram alguns que « estrelaram » essa « palavra da semana » com mensagens que nasceram do sentimento e da perspectiva que tive da passagem de cada um deles.

Hoje venho falar da vida e de uma pessoa cuja luta vem sendo exemplo de superação e amor a sua família e a Deus, e personifica tantos outros e outras que, como ele, estão em pleno tratamento dentro de uma comunidade terapêutica vencendo o mal das drogas e provando a sensação da Ressurreição.

Fábio (nome fictício) é um daqueles que, tendo sua vida destruída pelo crack, fazia com que sua família buscasse onde fosse possível uma ajuda para poder tirá-lo daquele flagelo. Há mais de 10 anos no álcool, cocaína e crack, sua esposa chegou a nós com um pedido de socorro cheio de fé e esperança. Falo nós porque, junto comigo, estavam Rafael, Matheus e por último Mario, jovens que foram fundamentais para que Fábio pudesse reescrever sua história.

Do primeiro contato comigo até ele decidir buscar ajuda e fazer a integração na Fazenda Esperança foram pouco mais de 1 ano. A paciência, a oração e perseverança de sua esposa foram essenciais para que ele, enfim, tomasse a decisão. Muitas idas e vindas, muitas recaídas e muitos sumiços noturnos. Muitas famílias sucumbem antes.  Com a graça de Deus, a dele não. Acreditou, perseverou e lutou!

Essa semana recebi uma foto do Fábio servindo o altar na Fazenda Esperança numa missa cujo presidente da celebração era nada mais nada menos que Frei Hans. A foto me foi enviada por sua esposa que fazia ali, depois de 3 meses, a primeira visita permitida a ele.

Ao receber a foto, me lembrei das últimas duas semanas que antecederam a integração, onde Rafael por duas vezes foi buscá-lo na Praça onde ele se drogava; outra na qual falei com ele por quase meia hora ao telefone e outra ainda em que fomos rezar com ele em sua casa, após uma noite na rua.

Nessa última vez, cheguei em casa falando para minha esposa que senti que ele iria vencer, pois quando eu e o Rafa fomos rezar, ele tirou seu boné, num claro sinal de respeito a Deus e vimos seus olhos se encherem de lágrimas. Dali a poucos dias amanheceu o sábado que Matheus e Mario o pegaram às 4 da manhã para viagem de quase 300 km até Guaratinguetá. Uma viagem que tinha tudo para não acontecer. Mas com a graça de Deus aconteceu!

Chorei ao ver aquela foto. É como se ela tivesse ganho movimento nas minhas mãos...

Porque aquela foto é ressurreição!

E se é ressurreição, ela é vitória.

A vitória de quem acreditou na VIDA!