Doença hepática alcoólica entre pacientes com encefalopatia de Wernicke: um estudo observacional multicêntrico
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Fundo
os dados relativos à associação entre encefalopatia de Wernicke (WE) e doença hepática alcoólica (ALD) são escassos, apesar do consumo de álcool ser o principal fator de risco para a WE.
Visa
descrever a frequência da AIDS em uma coorte de pacientes diagnosticados com TRANSTORNOS DE USO DE WE e álcool (AUDs) e comparar as características de pacientes com e sem AIDS.
Métodos
realizamos um estudo observacional em 21 centros através de um registro nacional da Sociedade Espanhola de Medicina Interna. Foram analisados os critérios de We Caine e as variáveis demográficas, clínicas e de desfecho.
Resultados
No estudo foram incluídos 434 pacientes, dos quais 372 eram homens (85,7%), e a média de idade foi de 55 ± 11,8 anos. A ALD esteve presente em 162 (37,3%) pacientes e encontrou maior percentual de casos com tremores, pancadas e alucinações no grupo ALD. Um total de 22 pacientes (5,0%) morreram durante a internação (7,4% com AIDS versus 3,7% sem AIDS; P = 0,087). Entre os pacientes com AIDS, relação entre mortalidade e presença de anemia (Razão de odds [OR]=4,6 Intervalo de confiança [IC]95% 1,1-18,8; P = 0,034), baixo nível de consciência (OR=4,9 CI95% 1,1-21,2; P = 0,031) e diagnóstico prévio de câncer (OR=10,3 CI95% 1,8-59,5; P = 0,009) foi detectado. A recuperação completa foi realizada por 27 pacientes com AIDS (17,8%) e 71 (27,8%) sem AIDS (P = 0,030).
Conclusão
a associação de WE e ALD em pacientes com AIDS é frequente e potencialmente ligada a diferenças na apresentação clínica e ao prognóstico mais pobre, em comparação com pacientes alcoólatras com AIDS sem AIDS.