Padrões de substituição do co-consumo de cannabis e álcool versus efeitos complementares
ABSTRAIR
OBJETIVO: O objetivo desta revisão é discutir a literatura sobre o uso concomitante (co-uso) de álcool e cannabis e hipóteses concorrentes sobre se a cannabis atua como um substituto (i.e., substituindo os efeitos do álcool, resultando em diminuição do uso) ou um complemento para (i.e., usado para aumentar os efeitos do álcool, resultando no aumento do uso) de álcool. O impacto do uso de cannabis nos resultados relacionados ao álcool tem recebido maior atenção na esteira da legalização em curso da cannabis para fins medicinais e recreativos. Evidências para ambas as hipóteses existem na literatura em uma ampla gama de métodos de coleta de dados e amostras e são cuidadosamente revisadas aqui. Além disso, vários mecanismos pelos quais a cannabis pode atuar como substituto ou complemento do álcool são explorados em profundidade com o objetivo de compreender melhor os achados equívocos.
MÉTODOS DE PESQUISA: Esta revisão inclui artigos que foram identificados a partir de uma busca por estudos sobre o co-uso de álcool e maconha, com foco específico em estudos que exploram aspectos complementares versus substitutivos do co-uso. Os termos de busca foram incluídos no Google Acadêmico, PsycINFO, MEDLINE e Web of Science. Os estudos elegíveis foram aqueles que mediram o co-uso de álcool e cannabis em amostras humanas em estudos de laboratório, pesquisa ou avaliação momentânea ecológica, ou que referenciaram diretamente padrões de substituição ou complementares de uso.
RESULTADOS DA PESQUISA: Os resultados da busca retornaram 650 artigos, sendo que 95 atenderam aos critérios de inclusão.
DISCUSSÃO E CONCLUSÕES: Os resultados desta revisão revelam evidências convincentes para efeitos de substituição e complementares, sugerindo distinções nuançadas, mas significativas, entre as diferentes populações examinadas nesses estudos. Vários mecanismos para o impacto do uso de cannabis nos desfechos relacionados ao álcool são identificados, incluindo padrões e contexto de co-uso, momento e ordem de uso, formulação de canabinoides, interações farmacocinéticas e características do usuário (incluindo status de diagnóstico), todos os quais podem influenciar a substituição versus efeitos complementares. Esta revisão informará futuros estudos de pesquisa que examinarão este tópico em amostras clínicas e comunitárias e ajudará no desenvolvimento de esforços de tratamento e prevenção direcionados às populações mais vulneráveis às consequências negativas do co-uso. Finalmente, esta revisão destaca a necessidade de pesquisas adicionais em amostras mais diversas e o uso de desenhos de métodos mistos para examinar as influências farmacológicas e contextuais no couso.