Desigualdades socioeconômicas no uso de substâncias adolescentes
Há evidências que sugerem desigualdades sociais e econômicas claras no tabagismo e no uso de álcool no adolescente.
Um estudo recente utilizou dados do projeto de pesquisa da escola Europeia sobre álcool e outras drogas (ESPAD) para examinar as desigualdades socioeconômicas no uso nocivo de substâncias adolescentes em 24 países europeus em dois pontos temporais: 2007 (n = 473.877) e 2011 (n = 471.060).
As desigualdades socioeconômicas baseiam-se no nível mais alto de escolaridade parental em relação a cada país.
Os resultados do estudo mostram:
- Houve, em média, em todos os países, um aumento no consumo pesado episódico, mas uma diminuição no tabagismo regular e uso de cannabis de 2007 para 2011.
- Em 2007, o menor nível socioeconômico foi associado a um aumento significativo nas chances de beber pesado episódico em 10 países e em 2011 isso aumentou para 11 países.
- Em 2007, o menor nível socioeconômico foi associado a um aumento significativo nas chances de tabagismo regular em 12 países e em 2011 isso aumentou para 15 países.
- Não houve associação estatística entre o estado socioeconômico e o uso de cannabis em 18 (2007) e 19 (2011) dos países.
Havia pouca evidência para mudanças na relação entre o SES e o uso da substância ao longo do tempo. Os pesquisadores sugerem que os resultados mostram que uma baixa prevalência de uso de substâncias não reflete necessariamente baixa desigualdade socioeconômica. Os resultados indicam, no entanto, uma considerável variabilidade na relação entre o estado socioeconômico e o uso de substâncias adolescentes em todos os países